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#Desvendando os Contos de Fadas - Parte I

21:08Ayllana Ferreira

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É uma verdade universal que os Contos de Fadas fizeram parte de muitas infâncias no passado, e ainda fazem parte até hoje. Além de seu sucesso com os mais jovens, eles também habitam o cotidiano, o amor e a paixão de vários adultos. Faço parte do segundo grupo e, para mim, os contos repassados são muito mais que historinhas para crianças, e sim lições de amor, família e amizade. Fora que é um dos nossos elos mais próximos com um mundo mágico em que sonhos acontecem desde que você continue a acreditar.

Ao longo dos anos, as histórias sofreram mudanças e receberam novas versões. Atualmente, existem séries que se baseiam nessas, e várias novas adaptações cinematográficas. “Once Upon a Time” está no ranking das 20 séries mais assistidas mundialmente, e a nova adaptação da Bela e a Fera – estreada pela Emma Watson – está entre os filmes mais aguardados desde o seu anuncio.

Porém, o que poucas pessoas sabem é a origem desses contos. Não digo sobre a versão dos irmãos Grimm, e sim o contexto de tais histórias. Foi pensando nisso que criamos uma tag desvendando alguns contos de fada populares, tais como: Branca de Neve e Cinderella, Bela Adormecida, João e Maria e Pocahondas. Serão quatro posts, e cada um contando um pouco mais sobre a história original, e o porquê de serem assim.

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Branca de Neve e Cinderella

Uma época em que ter madrastas era quase mais comum do que ter uma mãe viva…


Apesar da história da CInderella e da Branca de Neve serem tão diferentes, ambas carregam traços do contexto social da época. Até meados do século XX, ter um filho era uma dádiva, ao mesmo tempo em que era uma carta de óbito. A saúde e nem a mentalidade da maioria das pessoas era suficiente para tal atitude. Muitas mães morriam nos partos, algumas das que sobreviviam eram vítimas de crendices populares que as matavam posteriormente . Estatísticas mostram que no século XIX, mais de 70% das mulheres morriam no parto.

E é nesse contexto que surgem as madrastas. Os casamentos aconteciam muito cedo, e tinha aquele costume de que “as crianças precisam de uma mãe para crescer”, além dos interesses com um segundo casamento, obviamente (não se esqueçam de que dotes e posse de terra contribuíam muito para a renda das famílias). Ai com a morte da primeira mulher, vários homens se casavam novamente, e os filhos do primeiro casamento ganhavam uma segunda mãe. Contudo, não se deixe levar por essas duas histórias. Nem todas as madrastas queriam a herança das enteadas ou eram cruéis com estas. Existiam várias que amavam os filhos do primeiro casamento como se fossem seus, criando-os com muito amor, carinho e dedicação.


BRANCA DE NEVE

A história da Branca de Neve foi lançada oficialmente no século XVII pelos Irmãos Grimm. Eles não a criaram, e sim reescreveram para evitar que a literatura oral da Alemanha se perdesse com os anos. Comparado à versão desses com a da Disney, existem várias mudanças, dentre elas:
– O caçador foi contratado para tirar as vísceras da princesa, e não só seu coração. Ao vê-la, ele não teve coragem, deixou-a fugir e matou um Javali. A rainha após receber os órgãos em uma caixa, comeu-os.

– Depois de descobrir que a princesa estava viva e na casa dos anões, a vilã faz várias tentativas para mata-la, como um corpete, um pente encantado e por fim a maçã.

– Não teve a parte bela em que os anões sabiam o que estava acontecendo com a princesa. Na verdade, eles acharam que ela estava morta. Porém, com 2 dias, o seu estado não havia mudado, e, além disso, eles achavam-na bonita demais para ser escondida. Assim, eles decidiram que a princesa deveria ficar em uma “maca de vidro” para que todos pudessem vê-la.

– Não teve também o amor à primeira vista do príncipe Encantado. Na verdade, ele estava passando para uma visita aos anões, e viu a Branca no caixão. Isso foi muitos anos depois, porém, ela continuava da mesma maneira. Branca como neve, vermelha como sangue e preta como ébano. O príncipe a achou bonita, e implorou para os anões que a vendessem, pois ele não conseguiria fica sem vê-la. Os anões tiveram dó, e a venderam (que horror).

– Além de tudo isso, não foi o beijo do amor que salvou a princesa. Os criados foram buscar a mais nova aquisição do príncipe, e por uma lerdeza, quando iam levantá-la, eles deixaram-na cair. Aí, por sorte ou sabe-se lá o quê, a princesa desengasgou e acordou.

CINDERELLA



A história da Cinderella é uma das mais antigas. Existem registros antes de Cristo, uma da China dos anos 800 e várias outras ao longos dos anos. Em uma das primeiras versões, a princesa foge de seu pai, que queria se casar com ela por ser muito parecida com sua falecida mãe.

Assim com a história da Branca de Neve, a Cinderella também recebeu a sua versão dos irmãos Grimm, porém um pouco mais sangrenta. Ai eu me pergunto, os Contos eram uma maneira de educar as crianças diante de alguns problemas que existiam na época, como aceitar comida de estranhos, andar sozinho pela floresta, ou simplesmente confiar em pessoas que não conhece. Mas será que ao invés de educar, as pobrezinhas não eram traumatizadas?! Enfim, deixando a filosofia de lado, vamos ao que foi mudado:

– A maior mudança de todas é que não existia Fada Madrinha. Cinderella fez tudo sozinha, ou quase. Ela plantou um galho de uma árvore ao lado do túmulo de sua mãe, e as suas lágrimas fizeram com que o broto crescesse.

-A princesa pede ajuda para a árvore das lágrimas, e magicamente (ou nem tanto), um passarinho aparece com o vestido que essa usaria no baile. Alguns historiadores desconfiam que o animalzinho havia roubado de outra donzela.

– O príncipe realmente gostou da princesa, e como sabia que ela iria fugir, decidiu jogar piche nas escadas para que a garota ficasse presa. Infelizmente, não deu certo, e só o sapato ficou.

– Na busca pelo seu grande amor, o mocinho pegou o sapatinho e foi experimentado em todas as mulheres da vila para ver em qual servia. Quando chegou na casa da heroína, as duas irmãs armaram para que o sapatinho de cristal coubessem nelas. Uma cortou o calcanhar e a outra os dedos.

– O príncipe quase foi engano, todavia, viu o sangue no sapato e percebeu que elas estavam mentindo. No final, tudo deu certo para a garota.

– No dia do casamento, as duas irmãs decidem ir fazer as pazes com Cinderella para aproveitar de sua mais nova fortuna. E é aí que a justiça “divina/animalesca” aparece. Duas pombas aparecem, furando os olhos das irmãs, deixando-as cegas. Para sempre, as duas viveram como mendigas cegas nas ruas.

– Já para a madrasta, o destino não é tão amigável. A princesa joga o baú em sua cabeça e acaba por mata-la.

E aí, o que acharam da nossa primeira parte?! Fiquem atento para os próximos posts, mais revelações estão por vir.

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