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Resenha | No Mundo da Luna - Carina Rissi

19:00Ayllana Ferreira

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FICHA TÉCNICA

Nome: No mundo da Luna
Autora: Carina Rissi
Páginas: 476
Gênero: Romance
Ano: 2015
Editora: Verus;
Sinopse: A vida de Luna está uma bagunça! O namorado a traiu com a vizinha, seu carro passa mais tempo na oficina do que com ela e seu chefe idiota vive trocando seu nome. Recém-formada em jornalismo, ela trabalha como recepcionista na renomada Fatos&Furos;. Mas, em tempos de internet e notícias instantâneas, a revista enfrenta problemas e o quadro de jornalistas diminuiu drasticamente. É assim que a coluna do horóscopo semanal cai em seu colo. Embora não tenha a menor ideia de como fazer um mapa astral e não acredite em nenhum tipo de magia, Luna aceita o desafio sem pestanejar. Afinal, quão complicado pode ser criar um texto em que ninguém presta atenção? Mas a garota nem desconfia dos perigos que a aguardam e, entre muitas confusões, surge uma indesejada, porém irresistível paixão que vai abalar o seu mundo. O romance perfeito — não fosse com o homem errado. Sem saída, Luna terá que lutar com todas as forças contra a magia mais poderosa de todas, que até então ela desconhecia: o amor.

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Querido leitor, se você é fascinado por belos romances, ou até mesmo busca conhecer um pouco mais de nossa literatura – literatura brasileira – além dos clássicos tradicionais, a resenha de hoje é especial para ti. Segura que lá vem uma análise de uma obra espetacular.

Caso você não saiba, e a título de curiosidade, a Carina Rissi é uma das autoras brasileiras atuais que a cada dia conquista mais fãs, e vêm se tornando mais popular. Ela é a mente brilhante por trás de dois Best-sellers que viraram campeões de venda, “Procura-se um Marido”, e a saga histórica “Perdida”. Ambos são romances mais adultos, com personagens femininas fortes e espontâneas. Na resenha de hoje, falaremos sobre um livro que não foi campeão de vendas, mas que ainda sim é maravilhoso, “No mundo da Luna”.

Luna Braga é uma jornalista recém-formada que sempre sonhou em ter uma coluna só sua. Contudo, apesar de ter conseguido o emprego ideal – ao lado de Dante Montini, um editor-chefe referência em sua área, além de sua fonte particular de inspiração -, não era exatamente na função em que planejava exercer, e nem por tanto tempo. E para piorar, o seu ídolo de faculdade se mostrou um babaca rude, não lembrando nem ao menos seu nome.

Após alguns problemas na empresa em que trabalha, Dante dá a garota uma chance. E é aí que a parte fofinha de misticismo entra na história. A sua oportunidade de “crescer” seria em uma coluna de Horóscopos. Todavia, a protagonista não tem “espíritos de humanas” (brincadeiras a parte), e não sabe nem ao menos interpretar um mapa astral. Sem acreditar em astrologia, e com a certeza de que ninguém irá prestar atenção ou lerá o que ela irá escrever, a mesma decide aceitar o trabalho.

A mocinha não imagina o quanto está errada… A coluna de horóscopo se torna uma das mais lidas na revista, e de imediato faz muito sucesso. As previsões estavam certíssimas, além de corresponderem ao dia a dia de seus leitores. Porém, esta não consegue compreender a confusão em que está se metendo, e para aumentar ainda mais sua coleção particular de problemas, Luna começa a viver uma paixão arrebatadora por alguém que considerado como incorreto, ninguém mais ninguém menos que o seu chefe babaca que se revelou um príncipe encantado de primeira linha.

Para os amantes de astrologia, este livro também é ideal para vocês. Foi espetacular a maneira que a Carina encontrou de incluir elementos místicos na história. Ela conseguiu dosar exatamente a quantidade para agradar tanto as pessoas que gostam do assunto, quanto as que não gostam.

Quanto à narrativa, de início ela é bem lenta, e dependendo do tipo de leitor que o leitor é (redundante, eu sei… mas acho que deu para entender), pode apresentar alguns problemas de fluidez. Contudo, o lenga lenga chega ao fim rapidamente, e aos poucos começamos a nos apaixonar pela história. Certamente, uma das maiores qualidades da autora é a sua capacidade de escrever de uma maneira tão simples e singela, mas ao mesmo tempo bela e agradável. Apesar de a narrativa ser lenta de início, não é cansativa e nem entediante. Em minha opinião, foi necessário tal parte para fazer com que a gente consiga se situar na história, e compreender quem os personagens demonstravam ser, e que eles realmente são.

A Luna é surpreendente. Assim como as outras personagens da Carina, ela é uma garota forte e corajosa, que está disposta a fazer qualquer coisa para correr atrás de seus sonhos. Uma coisa interessante de sua personalidade é que ela não é uma mocinha tradicional de romances, daquelas que só sabem reclamar da vida e se sentir inseguras. É claro que ela tem seus momentos de baixa autoestima, quase toda garota tem estes momentos. Mas não é isso que a define.

Quanto ao Dante, posso dizer que ele foi minha maior surpresa. Um cara apaixonado, carinhoso e gentil que sabe bem distinguir os papéis que deve assumir em cada ocasião de sua vida. No trabalho, ele é Dante Montini, o jornalista sério e extremamente competente. No seu cotidiano, ele é um geek apaixonado, além de “um amante cheio de qualidades” (Quando digo amante, é no sentido de parceiro amoroso) e extremamente gentil. Ele é um príncipe encantado, de verdade, daquele estilo bem gracinha mesmo. E como se já não bastasse tudo isso, a escritora fugiu do clichê do bad boy destemido, ou do modelo de cuecas irresistível. O Dante é um cara normal, um nerd descabelado e adorador de legos. É muito legal ver isso, sabe?! Uma autora que consegue criar beleza na simplicidade, e fazer com que as mulheres consigam enxergar que o cara perfeito “se veste” – pode ser – de várias formas.

Por fim, acho que outro personagem muito importante na história é o amor vivido entre eles rs’. Sim, em alguns momentos eu senti como se este tivesse vida própria. Quente, fraterno e divertido… tudo aquilo que um relacionamento ideal precisa ser. Apesar de ter começado ao acaso e em uma noite de muita tequila, os personagens demonstraram que o sentimento entre eles é extremamente forte e indestrutível.

“ – Que inferno, Dante! – Soquei seu peito com a mão livre e acabei me distraindo por um ou dois segundos com o contraste entre a pele suave recoberta por pelos macios e os músculos rijos sob ela. – Odeio quando você faz isso. Odeio quando tento te odiar e não consigo porque você diz a coisa certa. É um saco!”(p.240)

Quanto à história em si, o romance é bem clichê, daqueles previsíveis e com personagens comuns. Mas não acho que isso é um defeito. Obviamente, para quem não gosta de romances, é um pesadelo e água com açúcar de mais, mas para mim, uma pessoa que ama histórias com finais felizes, as cenas, as falas e as construções da história foram ideias por um todo. Eu ri, me emocionei e torci para que tudo desse certo no final, e obviamente, me alegrei quando vi que para eles, o “viveram felizes para sempre” realmente aconteceu.

O único ponto que me desagradou na obra foi à capa. Não vi muito sentido na mulher vestindo de noiva, além de ter achado meio fora de contexto. Acho que a Editora poderia ter utilizado outros elementos mais simbólicos, e talvez trabalhado um pouco mais com as cores da capa. Tá rosa demais para mim, e a composição da foto (cenário, modelo, equilíbrio das cores, elementos que compões a gravura…) não se equipara com a dos demais livros da autora, está inferior (em minha opinião).

De uma maneira geral, eu adorei “No mundo da Luna”. Foi uma obra que me prendeu do início ao fim, e realmente me surpreendeu de várias maneiras boas. Além disso, eu me identifiquei bastante com a Luna, ainda mais por cursar Jornalismo. Realmente existe uma crise no campo, mas a personagem deixou claro que o que está em crise é a maneira tradicional de gerenciar a profissão, e que quando um profissional tem ideias e se arriscar, ele sempre terá um lugar no mercado, além de várias oportunidades de emprego. A Luna venceu limites, e sempre quis inovar. Ela não se deixou intimidar pelos poderosos, e foi sempre em busca da verdade. E acho que isso é essencial para qualquer pessoa, até mesmo para aqueles que não são Jornalistas. De todas as personagens femininas que me deparei até hoje, ela foi para o meu ranking de “personagens importantes que tem um lugarzinho especial no meu coração”.


“Caminhamos em silêncio por um tempo, até que a Madona encontrou uma calçada de seu agrado. No entanto, ela começou a pular enlouquecida em ver de fazer o que tinha que fazer.

– Que diabos ela quer? – Dante quis saber, olhando para ela com perplexidade.

– Hummm… Ela não gosta que fiquem olhando enquanto ela… você sabe.

Ele me fitou horrorizado.

– Você tá brincando, não tá?

РṆo. Ela ̩ uma dama, Dante. O Nando acha bonitinho.

Revirando os olhos, ele ficou de costas. Eu fiz o mesmo e, meio minuto depois, a cadelinha se aquietou.

– Vou matar a Beatriz quando ela voltar. Eu não sabia que era isso o que me esperava.” (p. 111)

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