Para hoje, vamos precisar relembrar um pouco do nosso passado. 1500, os portugueses chegaram ao Brasil, e descobriram uma nova terra “sem dono”. Como já dizia Pero Vaz de Caminha: existiam seres diferentes que se pareciam com humanos, falavam uma língua desconhecida e tinham um jeito curioso de ser. Usavam poucas roupas, suas vergonhas ficavam amostra, e suas peles cobertas de itens exóticos.
Todos nós já ouvimos pelo menos uma vez sobre essa versão romântica criada pelos Portugueses para narrar a história de sua chegada ao Brasil. Todavia, nós sabemos da verdade. Assim como os africanos, nossos antepassados foram escravizados, tiveram parte de sua cultura devastada, e foram abusados de todas as maneiras possíveis.
Os Portugueses se sentiram no direito de colonizar a tal terra, o Brasil. Os seres encontrados não eram considerados como humanos, e sim como animais (padrão europeu de qualidade). Logo cabia aos colonos ensinar aos habitantes do local a terem boas maneiras e uma boa educação, e os que não aceitassem, deveriam ser mortos ou escravizados.
Quando os Europeus chegaram ao Brasil, existia uma enorme variedade de tribos indígenas, sendo que cada uma dessas possuía uma língua e costumes próprios. As doenças e os próprios massacres trazidos pelos portugueses mataram milhares desses povos, apagando várias culturas da história. Não preciso dizer que o número de indígenas que encontramos hoje é minúsculo comparado com o do passado
Como eu já disse anteriormente em outros posts, quando os Contos de Fada surgiram, eles refletiam o contexto da época. Não eram histórias para crianças dormir, e sim uma maneira de repassar a tradição oral local. A Cinderella e a Branca pertenciam há um período em que ter uma madrasta era mais natural que uma mãe viva. Já a Bela Adormecida de um período em que estupro e incesto faziam parte da sociedade. Enquanto isso, João e Maria refletiam a fome e o abandono de várias crianças. No último capítulo da tag Desvendando Contos de Fadas, Pocahontas é mais um resquício desse encontro entre colonos e Índios, só que em outro país. Mas não se engane. Por mais que os personagens da história são diferentes, a essência se mantém inalterada. Vários nativos foram vítimas de seus colonizadores.
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POCAHONTAS
A índia boa em meio aos índios maus
Ao longo dos anos, assim como os outros contos, a história de Pocahontas sofreu várias mudanças e recebeu novas versões. Novamente, a Disney conseguiu transformar algo triste em uma historinha linda e amorosa.
A real Pocahontas nasceu em 1595, e para falar a verdade, seu nome não era nem esse. Era um apelido pejorativo de infância, que refletia a sua naturalidade de criança mimada. A menina era filha do chefe indígena da tribo Powhatan, que governava quase todas as tribos do litoral da Virgínia. Um dia, para evitar uma possível guerra entre sua tribo e os colonizadores europeus, ela salvou o inglês John Smith de ser executada pelo seu pai. Foi aí que os dois mocinhos da Disney se conheceram.
Porém, a verdade é que naquela época, a menina tinha apenas dez anos. O ocorrido fez com que surgisse paz entre nativos e colonos. Nessa versão, John e a menina índia nunca se apaixonaram, e sim tiveram uma forte amizade. Um tempo depois, o primeiro foi baleado e obrigado a voltar para a Europa, e a menina foi iludida, contando-a que seu amigo havia morrido.
Um pouco depois, aos dezessete anos, ela foi aprisionada pelos ingleses enquanto fazia uma visita social, e ficou trancafiada por um ano. Outro Inglês chamado John ( que tinha interesse pela menina), aproveitou-se da situação, e lhe ofereceu a chance de ser livre, caso se casasse com ele.
História vai, história vem, a índia reencontra o velho amigo, e lhe diz estar decepcionada por não ter conseguido manter a paz entre seus povos. Um pouco depois, a primeira morre, e mais um pouco pela frente, toda sua tribo é aniquilada pelos europeus.
Pocahontas realmente existiu. Tanto que os poucos descendentes de sua tribo ficaram revoltados com a versão da Disney, uma vez que distorcia vários de seus costumes, e classificavam-nos como índios maus e bons.
A verdadeira Pocahontas |
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