FICHA TÉCNICA

Nome: Eu Sou o Número Quatro
Autor: Pittacus Lore
Páginas: 352
Gênero: Ficção Científica | Aventura
Ano: 2011
Editora: Intrínseca;
Sinopse: Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Temos poderes com os quais vocês só podem sonhar. Somos mais fortes e mais rápidos que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes — mas somos reais. O planeta Lorien foi destruído. Os habitantes foram dizimados, exceto nove crianças e seus Guardiões, que se exilaram na Terra. Mas a raça que devastou aquele planeta os seguiu. Os Nove estão sendo caçados. A guerra deles chegou à Terra, e aqui será decidida.

Pôster de divulgação do filme Eu Sou o Número Quatro “ No início éramos um grupo de nove.Três se foram, morreram.Eles estão nos caçando e não vão parar enquanto não matarem todos.Eu sou o Número Quatro.Sei que sou o próximo.” (p.13) Querido leitor, antes de começarmos a resenha de “Eu sou o número Quatro”, acho importante conversarmos sobre um ponto que sempre vejo as pessoas reclamando, mas que é essencial para as boas histórias de ficção, que é o tal do excesso de descrição. Pense comigo, por exemplo, na obra que hoje resenho, Pittacus Lore necessita detalhar minuciosamente os cenários que compõe a história, além de cada lembrança vivida pelo protagonista. Afinal, ele criou um universo novo, com uma “mitologia” nova, um contexto novo, e principalmente, uma fauna e flora que não é igual àquela retratada em outras obras. E por mais que os fãs de “Os legados de Lorien” – nome da saga de que o livro faz parte – digam que já visitaram Lorien, isto não é verdade haehaehu. É uma realidade totalmente fictícia, ou seja, as descrições e excesso de detalhe são o único elo que nos permite participar da história, e apreciar a aventura como se fizéssemos parte daquilo tudo. Sem os detalhes, não conseguiríamos vive-la com a mesma intensidade, e nem nos sentirmos tão imersos nesta. Portanto, por mais que às vezes seja um porre ler descrições, elas são essenciais. Exceto nos livros de Machado de Assis, porque acredito que sei bem o que são os olhos de cigana oblíqua e dissimulada de Capitu. Brincadeiras a parte, até mesmo nestes casos, as descrições são essenciais, posto que reforcem certa característica ou situação que o autor quer que o seu leitor preste atenção. Para os que são leitores desesperados e não gostam de detalhes, permitam-se imaginar e viver aquela trama, já que uma das maiores vantagens de se ler é a capacidade de se inserir em contextos e histórias que seriam impossíveis de participarmos na vida real. “Eu sou o número Quatro” é aquele clássico caso do livro coringa, que você pode facilmente indicar para qualquer leitor, até mesmo para aqueles que acreditam que não gostam de ler. A história encontra o equilíbrio perfeito entre o drama, ação, ficção, aventura e romance. Não teve excessos, a não ser o excesso de detalhes que já disse que é não uma característica ruim. Inquestionavelmente, as frases de efeito que iniciam e finalizam a obra são incríveis. A narrativa é simples, e até mesmo infantil.  Não sei se vocês prestaram atenção, mas caso tenham curiosidade, leiam a biografia do autor no verso da capa. Cara, eu achei tão maravilhoso a proposta de escrita da obra. Uma história real, que precisa ser contada. É claro que sabemos que é ficção, todavia a forma no qual esta é narrada, além das “jogadas de marketing” da Editora na edição, deixaram tudo ainda mais interessante. Para aqueles que ainda estão perdidos ou nunca leram a sinopse, “Eu sou o número quatro” conta a história de um planeta que foi aniquilado por criaturas que queriam roubar a sua característica mais preciosa, a vitalidade. As criaturas – que em minha opinião são horrendas – analisaram a população Lorien por anos, e encontraram sua principal fraqueza. Em um dia específico, eles invadiram o planeta, e venceram com facilidade seus moradores. Os lorienianos – tenho quase certeza que não é esta a expressão usada pela autora, mas também não me recordo qual é huaehuae – compreenderam que iriam perder a luta, e que provavelmente, seriam dizimados pelos inimigos. Temendo a extinção de sua espécie, eles enviam um grupo com nove crianças para a Terra. Elas seriam “Os legados de Lorien”, e a chance de reviver e salvar um planeta que estava praticamente destruído. Só que né, a história não é amorzinho. As mesmas criaturas que aniquilaram os habitantes do planeta foram até a Terra, e começaram a exterminar as crianças escolhidas. Um feitiço executado por um dos ancestrais de Lorien fez com que os monstros fossem obrigados a mata-las em ordem, uma de cada vez. Elas foram numeradas, e as mortes só poderiam ser em ordem crescente. E como diz o título da obra, o protagonista desta é o número quatro. A trama começa com a descrição da morte do número Três. Após descobrir que o número anterior está morto, o principal compreende que é a sua vez, e que ele precisa batalhar contra o tempo para conseguir treinar o suficiente antes que seus inimigos cheguem, para ter uma chance de se defender. Assim como os outros habitantes de Lorien, o Quatro deveria receber legados – que são como habilidades especiais – ao longo de sua vida, e estes poderes iria auxiliá-lo na batalha contra os inimigos. Porém, diferentemente do comum, seus legados não surgiram no tempo padrão, deixando seu guardião Henry preocupado. Bem, história vai e história vem, chega o momento em que os monstros, que ainda não lembro o nome, vão atrás do Quatro. O enredo é um meio termo quando o assunto é ação, uma vez que existem dois blocos de narrativa, um deles descreve o treinamento árduo do protagonista para desenvolver seus legados e conseguir salvar seu planeta, enquanto o outro bloco ilustra a sua necessidade de ser aceito pelos habitantes da Terra, o desejo de construir uma vida comum, e o seu romance – que é fato –  com a Sarah, uma humana. Ou seja, o segundo bloco retrata o lado mais humano do protagonista. Particularmente não gostei da mocinha, seu jeito e sua aparência são clichês demais. É o clássico caso da menina que era má, mas se tornou certinha. Até a estética dela reforça a falta de criatividade neste aspecto, remetendo a uma caracterização de personagens femininas daquelas histórias que já são consideradas batidas, e até mesmo ultrapassadas para os tempos atuais. Eu senti a falta de atitude, uma personalidade forte, e uma mulher empoderada. A Sarah é sem sal demais para o meu espírito de “protagonistas femininas incríveis”. Para os fãs de ação, não se preocupem. Por mais que tenha um arzinho de romance no fundo, a história é bem envolvente e ativa. Acontecem reviravoltas constantemente, além de que as descrições dos treinamentos do herói fazem com que esta  se torne ainda mais empolgante. Além disso, a narrativa é surpreendente e inteligente. É tão bom sentir que o autor não acha que somos leitores burros sem raciocínio. Acho que a maior qualidade da trama é que é uma ficção coerente e envolvente. Quantas vezes já vi livros em que os autores perderam o sentido de suas criações ao tentarem criar algo muito inovador. Foi o primeiro livro de fantasia que li em que os elementos se encaixam perfeitamente, não sendo cansativos, ou até mesmo sem sentido. Por fim, é importante falar sobre o final da obra. Foi um tapa na cara… Extremamente emocionante, instigante e fascinante. Acho que todas as boas qualidades com “ante” poderiam ser usadas ueahuae. Foi mais do que satisfatória a maneira com que tudo foi finalizado, realmente me surpreendeu com a qualidade. Chorei horrores com aquele final, mas ao mesmo tempo fiquei feliz que tudo deu certo. Foi uma das melhores conclusões que já tive o prazer de ler, me deixando com a certeza de que preciso ter a saga de “Os legados de Lorien” na minha estante. É amor demais. Antes que eu me esqueça, guardo o final de minha resenha para enaltecer a participação de Bernie Kosar, melhor personagem da história! Espero que tenham gostado, e caso queiram dizer algo para mim, é só comentar logo abaixo. Adoraria saber o que vocês acharam rs. “NÓS PODEMOS ESTAR AO SEU LADO AGORA MESMO. NÓS ESTAMOS OBSERVANDO VOCÊ ENQUANTO LÊ ISTO. NÓS PODEMOS ESTAR NA SUA CIDADE, NO SEU BAIRRO. NÓS VIVEMOS EM ANONIMATO. NÓS ESPERAMOS PELO DIA EM QUE NÓS VAMOS NOS REUNIR. NÓS TRAVAREMOS JUNTOS A ÚLTIMA BATALHA… E SE NÓS VENCERMOS, NÓS ESTAREMOS A SALVO, E VOCÊS TAMBÉM. SE PERDERMOS, TUDO ESTARÁ PERDIDO."