Hoje o post é especial para todos os nossos leitores que tem um espÃrito de escritor <3. Quantas vezes no sentimos desmotivados ou até mesmo temos medo de correr atrás dos nossos sonhos porque eles parecem distantes demais?! Para as pessoas que são escritoras, profissionais ou não, o desafio pode ser ainda maior. Todos sabemos que a literatura brasileira não é valorizada, e que as editoras famosas preferem investir em biografias de meninas de 16 anos do que em escritores novatos. Para tornar a situação ainda pior, para você ser aceito, sua história tem que ter uma série de traços e definições especÃficas. Ou seja, tá fácil para ninguém!
Agora foca na situação, Lúcia Lemos, uma mulher, jovem, apaixonada pela cultura japonesa, que decide fazer um livro sobre este assunto, editar, ilustrar e publicar independentemente! Saca a audácia, e saca a coragem do cidadão. Posto tudo isso, realizamos uma entrevista com essa pessoa maravilhosa para servir de influência e inspiração para outros escritores, ou até mesmo para pessoas que tem medo da imensidão de seus sonhos. Querido leitor, seja muito bem-vindo, e saiba que o seu sonho pode se tornar verdadeiro se você acreditar de verdade, e se aventurar – bem A Origem dos Guardiões uaehuae.
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Entrevistador: Quantos anos você tem? Está fazendo faculdade no momento ou já terminou? Se sim, qual? É o curso que você sempre quis?
R: Tenho 23 e estou terminando a faculdade (se não houver outra greve, me formo esse ano…). O curso é Comunicação Visual Design pela Escola de Belas Artes da UFRJ, que de certa forma eu sempre quis fazer. A faculdade foi mais marcante e imprevisÃvel do que esperava, contudo, hoje vejo que foi a melhor opção.
Entrevistador: Qual é o seu maior sonho? Pode nos contar um pouco mais da sua história?
R: Bom, eu tenho muitos sonhos xD. Talvez o meu maior seja ver Aika ganhando anime ou conseguir sobreviver das minhas histórias e desenhos. Desenho desde meus 3 anos e crio histórias desde que me conheço por gente. Minha infância foi meio conturbada, já que famÃlia tinha poucos recursos e fui criada pelo caótico ensino público brasileiro… acho que isso me influenciou muito. Moro em uma das cidades mais violentas do mundo, não consigo ver um bichinhos na rua sem levar para casa e tentar arrumar dono (já achei lares para mais de 15 gatos junto com minha irmã!) e trabalhei desde cedo, fui até dubladora. O primeiro desenho que vendi foi quando tinha sete anos. Sempre tive que lutar muito por tudo que quisesse. Assim, os animes, mangás e livros eram como um escape e ao mesmo, um incentivo a nunca desistir de meus objetivos por causa da minha origem e das dificuldades da vida. Ganhei concursos de desenho e redação, mas só com o sucesso de Aika no Wattpad que decidi investir no sonho de ser autora também. Hoje, divido meu tempo entre freelas de design e ilustração com a faculdade e meus projetos pessoais.
Entrevistador: Você sempre quis ser uma escritora? Como surgiu a ideia de escrever Aika?
R: Ser escritora era um sonho antigo, bem de criança. Gostava de grampear folhas e montar caderninhos com histórias que escrevia e ilustrava, mas quando fui crescendo, decidi que trabalharia só com design e ilustração. Na verdade, nunca acreditei que minhas histórias fossem boas e foi com Aika que me encontrei. A ideia tinha surgido durante uma crise de insônia quando tinha uns 13 anos. Cheguei a escrever o livro inteiro e mandar para uma editora – e, obviamente, fui recusada por uma carta. Aquilo me destruiu na época xD Hoje vejo que foi muito bom. Resgatei o projeto já na faculdade com o incentivo de amigos e professores. Com o sucesso do Wattpad e pedido dos leitores, peguei dinheiro emprestado e comecei a investir.
R: Existem várias técnicas e vai de cada um encontrar a sua. Curiosamente, me inspirei nas técnicas usadas para criar mangás e histórias em quadrinhos. Defini um roteiro base, analisei estruturas narrativas (como a famigerada jornada do herói), estudei como caracterizar os personagens para torna-los icônicos, criando fichas e mapas (coisas que se aprendem para criar personagens de jogos e animações, que também já trabalhei) além de ler muito. Não dá para ser um bom autor sem ser um bom leitor, mas acredito que deveria ter começado com algo menor… entrar de cabeça em uma saga é arriscado. O bom é ir começando a escrever contos e assim, ir criando seu estilo aos poucos. Isso gera menos crÃticas a sua narrativa.
R: Um dos criadores dos filmes da Pixar disse que você deve criar histórias sobre o que você conhece e o que vive. Isso se refletiu muito em Aika. O que percebi é que é bem mais difÃcil encontrar histórias assim protagonizadas por personagens femininas (embora isso esteja mudando) e ter uma heroÃna que mantenha o foco nos estudos e nos seus sonhos, principalmente em um livro para jovens, ajuda a construir pessoas mais seguras de suas qualidades e força. Antes, meninas eram princesas esperando ser salvas e servidas, o que cria jovens inseguras e dependentes. Mas não basta apenas ser forte e “perfeita”, “bonita”, tem que ser gente como a gente, que erra, à s vezes é infantil, à s vezes é egoÃsta… mas está disposta a ver seus erros e melhorar. Há muitas meninas lá fora sendo agredida por não seguirem um padrão de beleza, ou por suas cores de pele, por serem nerds, todas com medo de se mostrar ao mundo, de enfrentar seus inimigos. Queria mostra-las que elas são incrÃveis e podem ser o que quiserem, que ninguém deve dizer a elas o que ser ou fazer.
Entrevistador: A pergunta de agora é um pouco parecida com a anterior. Enquanto você escrevia a história, esboçava os personagens ou até mesmo dava vida à suas ideias, qual era o seu principal objetivo? Você queria que os seus leitores quisessem interpretar algo a mais nas entrelinhas?
R: Há algumas coisas especÃficas em cada personagem. Algumas acabaram surgindo à medida que escrevia e outras já estavam intrÃnsecas: com o Kurikara, queria ensinar que não podemos viver presos ao passado e que há pessoas que amamos querendo nosso bem, para não se esquecer disso. Com ele também e a Aika, queria ensinar que, não importa a sua origem, você pode ser o que você quiser (seja um guerreiro/lÃder/ativista ou uma artista/guerreira/sonhadora tudo junto). Com a Riko, queria mostrar que mulheres podem lutar tão bem quanto homens e com Iruka, que o bom humor pode ajudar em muitas situações. A base da história – e que acabei definindo sem querer – é o amor genuÃno, sem apego, o desejo de ajudar sem querer nada em troca. Isso engloba amizade e amor em suas formas mais puras.
Entrevistador: Para você, quais são os principais desafios que todo escritor – iniciante ou não – enfrenta, e quais os maiores desafios que você já enfrentou, ou ainda enfrenta?
R: Maior desafio talvez seja espaço. O autor nacional ainda é muito desvalorizado e o mercado, apesar de estar melhorando, é muito difÃcil. Outro grande desafio é a própria escrita. Como melhorar, como criar um estilo caracterÃstico, ortografia, construção… Divulgação também é outro problema.
Entrevistador: E para aqueles que estão começando agora, quais dicas você daria?
R: Escreva contos para treinar (pelo amor de Deus, não comecem com uma saga como eu fiz xD), registre TUDO o que você faz para se resguardar de plágios e lembre-se: depois que o livro está pronto e você quer colocá-lo no mercado, ele passa a ser um produto e produtos precisam ser vendidos. Aconselhe-se com veteranos e profissionais – acredite, há muitos escritores gentis dispostos a te dar uma luz e ouça com carinho os alertas deles. E muito cuidados com as armadilhas das editoras pagas! Invista nas redes sociais para divulgação, principalmente instagram e youtube.
Entrevistador: Qual a sensação de saber que várias pessoas estão lendo sua história, e amando? Você pretende seguir a vida como escritora? Como se vê daqui a cinco anos?
R: É uma sensação muito legal, um pouco assustadora ainda. Bate aquela ansiedade sobre como estão reagindo, se estão gostando… quando recebo mensagens carinhosas fico toda boba, choro. Algumas são bem emocionantes, sobre o quanto Aika as inspirou e o quanto se identificam com um personagem. Uma mensagem de uma leitora com depressão falando sobre o quanto a história do Kurikara e sua luta a fez bem me deixou particularmente emocionada… Acho que me vejo continuando a escrever e desenhar com mais maturidade, menos ansiosa e com histórias melhores.
Entrevistador: Alguns questionamentos que talvez você não queira responder uhaehuea (caso não queira, é só falar. No caso, digitar uhaeuh): O que podemos esperar nos próximos livros? Veremos mais Aika como guardiã suprema dos mortos? Mais do universo de Gattai e da própria vida dela? Saberemos mais coisa da mitologia que compõe a obra? E talvez, teremos mais cenas românticas do Kurikara com a Aika -v- ( = cara safada)? E você já tem previsão de quando irá lançar o segundo livro?
Entrevistador: Alguns questionamentos que talvez você não queira responder uhaehuea (caso não queira, é só falar. No caso, digitar uhaeuh): O que podemos esperar nos próximos livros? Veremos mais Aika como guardiã suprema dos mortos? Mais do universo de Gattai e da própria vida dela? Saberemos mais coisa da mitologia que compõe a obra? E talvez, teremos mais cenas românticas do Kurikara com a Aika -v- ( = cara safada)? E você já tem previsão de quando irá lançar o segundo livro?
R: Algumas eu posso responder :v Os próximos livros vão se aprofundar nos problemas de Gattai e em sua mitologia. Teremos um pouco mais sobre o mundo dos animes e mangás, embora, irei diluir isso entre os livros. Quanto a Aika, posso dizer que ela estará mais madura, porém, as consequências de suas escolhas chegarão mais rápido do que muitos imaginam (*risada maligna*). Peço desculpas aos fãs de romance, já que esse não era o foco da saga. Acreditem, o Kurikara terá problemas muito maiores do que seus sentimentos (*risada maligna 2*). Se tudo der certo, o livro 2 sairá em agosto de 2018. Peço desculpas pela demora e um pouquinho de paciência (a cama tá quebrada e não tem… parei). Lembrem-se que além de escrever e revisar, tenho que ilustrar tudo. E para ficar legal, isso leva tempo.
Entrevistador: E por fim, tem alguma pergunta que eu não fiz, mas que você acha importante fazer, ou até mesmo alguma história ou ensinamento que queira compartilhar com nossos leitores?
Entrevistador: E por fim, tem alguma pergunta que eu não fiz, mas que você acha importante fazer, ou até mesmo alguma história ou ensinamento que queira compartilhar com nossos leitores?
R: Acho que já falei tudo nas perguntas sem querer xD. Beijos, galera
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