FICHA TÉCNICA
Nome: The Handmaid’s Tale
Número de Temporadas: 1(Série ainda não finalizada)
Duração: 10 episódios (Total de 600 minutos)
Lançamento: 2017
Gênero: Drama, Ficção Científica
Sinopse: A história acompanha a
vida de Offred(Elizabeth Moss), uma criada na casa do líder da República de Gilead. Esta é uma
sociedade totalitária onde a alfabetização foi proibida para mulheres. Ela
surgiu com a catástrofe ambiental e com o avanço da baixa natalidade. Tendo
como base o fundamentalismo religioso, esta sociedade trata as mulheres como
propriedades do estado. Offred é uma das últimas mulheres férteis, o que a leva
ser utilizada como escrava sexual com o objetivo de ajudar a repopular o
planeta devastado.
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Não sou uma amante de séries, porém/contudo/todavia vim dar minha resenha sobre a primeira temporada da série The Handmaid’s Tale. Como sempre(ok, algumas vezes) digo, meus posts são um porto seguro para spoilerfóbicos, então não se preocupem que não direi nada importantíssimo. Ainda quero que vocês tenham uma boa experiência vendo a série.
O primeiro episódio me deixou levemente confusa, já que
temos três linhas de tempo diferentes que aparecem sem aviso: O presente, o
passado distante e o passado nem-tão-distante. Quando li a premissa da produção, fiquei
extremamente desconfortável e esperando o “pior” aparecer. Contudo, ela não me desapontou e, aos poucos, foi explicando tudo que tinha de ser explicado
de uma forma que praticamente grita “Na sua cara!”.
Na trama, os EUA adotam o sistema
de governo totalitário religioso (basicamente, Deus é o presidente e temos uma
bancada de juízes que dizem serem “a voz de Deus na Terra”) e as mulheres
acabam perdendo todos os direito
possíveis: Não podem mais trabalhar, estudar, ter propriedades e nem mesmo ler
e escrever! O país (que agora tem o nome de República de Gilead) acaba adotando
um novo “sistema hierárquico” também, já que o mundo inteiro está passando por
uma onda de infertilidade (não estão nascendo mais bebês, e
mulheres férteis são uma raridade)
Resumidamente, o sistema se baseia
em dividir seres humanos em castas de acordo com sua função na sociedade:
(Uma coisa curiosa sobre as Aias é que elas perdem seu nome de nascença e ganham o nome de seu Comandante. Por exemplo, se eu for uma Aia e meu Comandante se chamar Joaquim, meu nome a partir dali é OfJoaquim. Quando eu mudar de Comandante, meu nome também irá mudar)
· Esposas: Usam azul, e são as mulheres ricas, inférteis e casadas com os Comandantes. Apesar de tudo isso, ainda não tem direito nenhum.
· Comandantes: São os caras ricos, poderosos e importantes. São obrigados a “estuprarem formalmente” as Aias e, assim que elas pararem de amamentar, pegam os filhos para ele e a Esposa cuidarem.
· Marthas: São outras mulheres inférteis, porém essas fazem todas as tarefas domésticas. Limpam, cozinham e tudo isso.
· Tias: São mulheres mais velhas, com a tarefa de educarem as Quase-Aias a fazerem sua tarefa.
Todo o conceito é chocante, e essa certamente não é uma série que você assiste
se quer ficar animada e feliz, já que quase todos os episódios são deixados com
uma reflexão que nem sempre é num sentido bom.
Não sou uma profissional em cinema, nem em fotografia. Porém, grande
parte da série e focada no rosto da personagem principal ( Que, inclusive, é
interpretada pela Elizabeth Moss que está INCRÍVEL! Ela consegue transmitir
tudo pelo olhar, e ao mesmo tempo que mostra o quanto é forte, porém
submissa por obrigação) e também existem takes
que estão com iluminação e posição de tirar o fôlego.
Todos os que atuam na série, em minha opinião, estão incríveis. Alguns
deles fica bem explícito quando estão com raiva e tristes, mesmo que os
personagens não possam demonstrar diretamente isso. Não sei se foi só uma coisa
minha, mas eu não consegui ter uma raiva imensa de nenhum personagem, já que a
série mostra o lado de vários deles.
Além de todo esse enredo, fotografia e elenco de tirar o chapéu no meu
caso, invisível , também temos uma trilha sonora maravilhosa. Algumas das
músicas eu mesma sabia cantar, o que foi um baita contraste com a impressão que
temos de que a série se passa no passado, quando, na verdade, se passa no
futuro (na teoria).
Pra quem não sabe, soror vem do
latim e significa “irmã”. Sororidade é, basicamente, considerar outras mulheres
ao seu redor como irmãs. E isso é uma coisa que exploram bastante em The
Handmaid’s Tale, já que temos várias mulheres unidas pelo sofrimento da nação(
E não digo isso apenas pras Aias, mas também para as outras castas). Mesmo que não
mostrem isso literalmente, elas estão unidas, querendo ou não. E isso é
mostrado por frases durante a série (que eu não direi aqui porque elas são
incríveis demais pra serem mostradas em vão)
A segunda é sobre as cenas de violência sexual: elas são mostradas de um
jeito que eu, pessoalmente, nunca vi na minha vida. De uma forma que mostra o
quanto todos estão desconfortáveis naquela situação, o quanto aquilo é violento.
E a terceira coisa é que a série mostra apenas o extremo de coisas que já
acontecem hoje em dia. Quando vemos projetos de leis que apenas regridem os
direitos que as mulheres (ou integrantes da comunidade LGBTQ+, que também são
retirados na série) já conquistaram, devemos saber que estamos ainda no caminho
de um lugar tão absurdo quanto o de The Handmaid’s Tale.
E, antes de terminar o post... Sempre se lembrem, meninos e meninas:
Nolite te bastardes carborundorum.
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