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#Desvendando os Contos de Fadas - Parte III

13:48Ayllana Ferreira

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Enquanto fazia essa tag, comecei a me questionar sobre vários pontos. Quando somos crianças, vemos um mundo inocente e sem maldade em algumas atitudes ditas como comuns. Aí, quando crescemos, começamos a ver várias mensagens subliminares e segundas intenções que antes não víamos nestas. Experimente rever desenhos que marcaram a sua infância com outro olhar, por exemplo, Coragem e Tom & Jerry. Extrema violência que antes víamos como uma brincadeirinha. Agora, quer se surpreender ainda mais? Veja 5 minutos de Pica-pau e a Vaca e o Frango. São os dois desenhos mais sexualizados que eu já vi até hoje, tendo gestos e atitudes que demonstram isso tanto de maneira implícita quanto explícita.

Depois de ler isso que escrevi, você me pergunta qual a relação disso com a nossa tag de Desvendando Contos. A justificativa é simples. Quando fiz, pensei que podia estar “estragando” a infância de vários adultos que nos acompanham. Porém, com o tempo compreendi que são coisas que somos capazes de constatar quando revemos estes mesmos sucessos na maturidade, e que às vezes, eu estou antecipando uma fase presente na vida de toda pessoa que já amou histórias infantis, a hora de compreender a verdade.

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JOÃO E MARIA

Talvez Thomas Malthus não estivesse tão errado


Pense comigo, João e Maria, duas crianças que foram deixadas pelos pais na floresta. É claro que todos os dias, mesmo na atualidade, várias crianças são abandonadas no Brasil pelos seus pais. Porém, continue seguindo a linha raciocínio. O Brasil é um país em desenvolvimento, e o índice de desigualdade social está entre um dos maiores do mundo. Já a Europa é um continente desenvolvido, com os maiores IDH’s. Grande parte das cantigas e contos surgiu da tradição oral de lá, assim como dito no post anterior. Então, qual o contexto daquela história “infantil”?

Bom, sabe aquela aula de Geografia que falou de Thomas Malthus? Então, você vai precisar dela para compreender a história a seguir. O Economista nasceu no século XVI, e passou parte de sua vida tentando compreender o crescimento populacional. Em seus estudos, ele constatou que o crescimento da população sempre tenderia a superar a produção de alimentos.

Hoje em dia, sabemos que o estudioso falhou em alguns pontos. Porém, houve uma época antes da peste negra, das guerras e de todo o resto, em que isso realmente ocorreu na Europa. A taxa de Natalidade era altíssima, e a cada dia, nasciam mais crianças. A produção de alimentos não conseguia acompanhar, uma vez que na época, não existiam agrotóxicos, indústrias, e todos esses “inventos” que aceleram as produções. Ou seja, tinham mais pessoas do que alimentos. Obviamente, uma parcela da população passava fome

Dessa maneira, nessa época, era muito comum abandonar crianças na floresta para morrer, uma vez que seriam bocas a menos para serem alimentadas. Eu sei que é cruel, mas é a verdade. João e Maria foram abandonados na floresta para morrer, e a comida de sua família durar mais. Hoje em dia, isso é um completo absurdo, desumano e ilegal. Contudo, não se esqueça do contexto e da época. Naquela época não existia Conselho Tutelar, e nenhum estatuto da criança. Era plena idade média, a vida para os Vassalos e Escravos era bem difícil.

Para mais, a figura bruxa nunca existiu. Ela era uma caricatura da sociedade da época e dos próprios pais que abandonavam as crianças à sorte ou aqueles que matavam os próprios filhos.

Ao longo dos anos, essa mesma história sofreu várias adaptações e novas versões. Na versão dos irmãos Grimm, as crianças ainda são abandonadas pelos pais. Lá na floresta, eles encontram a bruxa, e conseguem se safar dela. Todavia, ao retornarem para casa, encontram seus pais mortos de fome. Pesado, né?!

Já na versão da Disney, tudo são flores. As crianças não foram abandonadas, e sim penalizadas por serem muito travessas. A madrasta, irritada com as crianças, ordena que estas colham amoras na floresta. Para não se perderem, elas decidem marcar o caminho com migalhas de pão. Mas, a ideia não foi muito boa, e os pássaros comem as marcações. Dessa maneira, as crianças ficam perdidas, e bem, você já conhece o resto da história.


Fontes: Brasil Escola e Super Interessante

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