
Os filmes que escolhi para esta #5coisas são narrativas que tocaram o fundo da minha alma, e me fizeram chorar horrores. São belas histórias, mesmo que nem todas carreguem bons finais, que me fizeram refletir sobre posturas e atitudes que encontro ou adquiro em meu dia a dia, e que nem sempre consigo compreender seus impactos para as pessoas que estão ao meu redor. Para vocês terem uma ideia, o primeiro filme desta lista me fez refletir sobre a bondade, enquanto o último me fez pensar sobre até que ponto criamos limites e estereotipamos pessoas diferentes, sem nem ao menos compreender suas histórias.
A ESTRANHA VIDA DE TIMOTHY GREEN

Lançado em 2012 pela Disney, a obra está entre uma das histórias mais fofas que já conheci. Após inúmeras tentativas de ter um filho, um casal acaba descobrindo que isto nunca irá acontecer em virtude de um deles ser estéril. Desejando superar tudo aquilo e seguir em frente, eles decidem escrever em folhas de papel uma série de características que o “filho ideal” teria. Ele seria inteligente, mas nunca esnobe. Seria uma pessoa doce, mas não do estilo que os outros passassem a perna. Seria alguém bom, bom o suficiente para mudar a forma com que outras pessoas veem o mundo. E depois de ter escrito tudo isso, eles decidem guardar todos os papéis em uma caixa, e enterrar no jardim, como uma forma de simbolizar a nova fase que eles estavam dispostos a viver.
História vai, história vem, depois de ter enterrado o baú, uma tempestade acontece, e uma criança surge depois dela. Um menino chamado Timothy, que parecia ter surgido do jardim (literalmente). Ele estava sujo de lama, e tinha folhas em sua perna. Folhinhas verdes mesmo, como uma planta.
Ai aos poucos a família começa a se “apaixonar” pelo menino. Ele é tudo aquilo que eles sempre sonharam. Contudo, infelizmente Timothy só veio de passagem, com uma lição para o casal não desistir. E a partir do momento que todas as suas folhinhas caíssem (se soltassem de sua perna), ele teria que ir embora.
SEMPRE AO SEU LADO

A morte é inevitável, isso é uma verdade universal. Mas até que ponto influencia na vida de outras pessoas, e o que realmente é a lealdade?
Em um dia, um professor universitário encontra um filhotinho de Akita abandonado em uma estação de trem, e decide leva-lo para casa. Lá ele dá afeto para o cachorrinho, amor e um nome (Hachiko). Os dois se tornam grandes amigos e criam uma rotina. O animal sempre vai encontrar seu dono na estação de trem após o trabalho deste. E assim acontece por anos, até que um dia, o humano morre.
Contudo, eu não sei se o animal não entende o que acontece, ou simplesmente decide não desistir, e permanecer leal. Ele continua a esperar o dono na estação de trem. Pode estar frio, quente ou chovendo, no mesmo horário, o animal sempre aparece e fica sentado no lugar em que eles costumavam se encontrar.
Anos se passam, e Hachiko desiste de voltar para casa. Ele se muda para a estação e fica vivendo lá, na espera do retorno de seu dono. A esposa deste tenta levá-lo para casa, mas o animal sempre retorna ao local. As pessoas da estação começam a trata-lo, e ele se torna parte da história da Estação (a história é baseada em fatos reais).
O cachorro vive uma vida miserável (a vida de um cachorro de rua). Mas ele nunca desiste de esperar o seu dono, e fica no ponto de encontro até o dia em que a morte vem levá-lo.
UMA PROVA DE AMOR

Desde novinha, Kate foi diagnostica com leucemia. A partir daí, a rotina da menininha se transformou em visitas diárias ao hospital, tentando ao máximo prolongar sua vida. Sara, sua mãe, nutre um amor gigantesco pela filha, estando disposta a qualquer coisa para evitar que ela morra precocemente. Em uma das cenas mais emocionantes do filme, a mãe raspa seu cabelo porque a garota não está se sentindo bem em ser careca (a quimioterapia fez seu cabelo cair).
Em virtude das várias tentativas de Sara em salvar Kate, ela concebe Anna, uma doadora de medulas compatível, criada com o material genético ideal para todos os possíveis procedimentos que a segunda poderia precisar. Logo após o nascimento desta, ela passa por um processo cirúrgico para prolongar mais um pouco da vida de sua irmã. Anna nunca teve uma infância comum, estando sempre visitando o médico, e em salas de cirurgia, doando algo para Kate. Em uma cena do filme, ela questiona a mãe sobre qual o papel de sua vida, sem ser o valor que lhe é empregado para salvar a irmã.
Um dos pontos interessantes de “Uma Prova de Amor” é a forma com que os roteiristas encontraram para abordar mais uma história (presente nos roteiros de drama) de uma garota com câncer. Anna está processando sua mãe pelas negligências cometidas a fim de prolongar a vida da irmã, e, ao longo do julgamento, a história de Kate é contada. Os jogos de câmera e os temas abordados sobre a vida de uma pessoa com câncer são extremamente emocionantes.
A PEQUENA MISS SUNSHINE

Sabe aquele filme bem fofinho que aborda um pouco de tudo? Desde o preconceito sofrido pelos autistas ao bullying, e várias outras temáticas que estão presentes na nossa sociedade, mas que muitas vezes não são debatidas, ou decidimos que é melhor ignora-las?
Em 2006, Abigail Breslin deu a vida a Oliver, uma menininha desajeitada e gordinha que decide participar de um concurso de beleza. Assim, a família Hoover decide se unir, para atravessar o país em uma Kombi amarela, e transformar o sonho daquela em realidade. Porém, muitas coisas acontecem ao longo da viagem, e vários assuntos importantes são retratados, desde a ditadura da beleza ao suicídio.
Apesar de abordar assuntos complexos, a trama é bela, e ao mesmo tempo extremamente emocionante. O final é excepcional, e em alguns pontos imprevisível.
FOREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS

Pessoas diferentes realmente devem ser tratadas como inferiores (não digo de intelecto, e sim capacidade) ou é a própria sociedade que os limita? Forest Gump sempre teve o raciocínio bem lento. Com um QI abaixo da média, o personagem foi retratado – de maneira subliminar – como alguém com problemas mentais.
Todavia, isto nunca o impediu de ter uma vida normal, e até mesmo bem sucedida. Ao longo do filme, ele conta ao telespectador sua história, desde a participação na guerra ao seu primeiro amor. Em uma das frases mais famosas do filme, Forest diz que “o idiota é quem faz idiotice”. Apesar de aparentar óbvio, a citação em si tem um contexto muito importante, posto que em vários momentos, ele foi chamado de idiota em virtude de seu intelecto.
Mas se tem uma coisa que Forest não é, é idiota. O protagonista é um dos personagens mais bondosos e humanos que já conheci, além de muito inteligente. A forma com que o roteirista encontrou para abordar a questão do intelecto foi genial, uma vez que existem diferentes tipos de inteligência, e o QI só detecta um tipo delas. Muitas vezes, as pessoas são taxadas como idiotas ou burras, quando na verdade estão exigindo dela um tipo de inteligência que não é o desta.
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