Apaixonados e apaixonadas pela história, ou até mesmo pessoas que a detestam, sejam muito bem-vindos! É uma verdade universal que filmes e séries podem ensinar quase tanto – ou até mais – do que livros, ainda mais quando retratam algum período ou época marcante, e com um leve “drama” no fundo para deixar tudo ainda mais emocionante. Quantas vezes já nós pegamos com um conhecimento a mais graças à alguma produção que acompanhamos?
Posto isso, para aqueles que amam história, o post de hoje é ideal para você. E para você que tem um certo ranço da mesma, mas quer aprender de uma maneira “mais lúdica”, também é ideal para você! Hoje falaremos sobre três produções, todas elas maravilhosas (minha opinião), que podem nos ajudar a compreender determinados contextos de grandes revoltas, ou até mesmo períodos marcantes da nossa história como um todo.
… VIKINGS …
Estamos em uma sala do Ensino Médio. O professor está indo ao quadro desenhar aquela clássica linha do tempo sobre a história das sociedades. Egito, Grécia e Roma -> Idade Média -> Idade Moderna -> Idade Contemporânea.
Depois de estudar a primeira época listada, chega a hora de compreender o momento de transição entre as sociedades clássicas para a sociedade moderna. Em 476 d.C, o Império Romano caí após uma série de Invasões Bárbaras, e dá-se o início a Idade Média, um período caracterizado pela formação de Feudos (agrupações de pessoas em torno de muros para se protegerem dos ataques).
Tá, sabemos o que são os feudos e como a Europa se organizou para sobreviver. Mas quem eram os temidos bárbaros? E é aí que entra a série Vikings!
Os bárbaros são os famosos pagãos: povos que acreditavam em outros deuses, falavam outras línguas e possuíam costumes diferentes dos Cristões. Geralmente, eram originados da região da Escandinávia, adeptos a mitologia nórdica, e acreditavam que as invasões e as batalhas garantiriam o “seu lugar no céu”, no caso deles, em Valhala.
Ambientada no final do século VIII, a série Vikings aborda a jornada do lendário Ragnar Lothbrok, um viking, na invasão da Inglaterra e de vários outros países em busca de riquezas. A mesma é baseada em relatos e registros históricos que marcam o início da Era Vinking, um período caracterizado pela instabilidade da Europa, e pelo medo dos europeus em virtude dos ataques.
Algo que achei bem interessante na produção são as representações dos ataques. Todos muito sangrentos e de certa forma “arcaicos”. Geralmente, os “bárbaros” estavam em maiores números, mas sofriam pela ausência de tecnologia. A bravura era a única ferramenta que os fazia continuar lutando e ganhando de seus inimigos, mesmo com a desvantagem de recursos.
Além disso, a série levanta alguns questionamentos com relação a fé e a moral dos bons costumes. Particularmente, eu adorei conhecer mais sobre a cultura nórdica: tradições, hábitos, regras, histórias e costumes;
… SALEM …
O Tribunal da Inquisição foi, e ainda e, um dos maiores erros e atrocidades que a Igreja cometeu ao longo da história. Por séculos, milhares de mulheres foram queimadas vivas, acusadas de bruxaria. E naquela época, não precisava de muito para você ser considerada uma amante do satã.
O caso mais famoso de “caça às bruxas” ocorreu entre 1962 e 1963 nos Estados Unidos em Salem – uma colônia britânica -, quando mais de 150 pessoas foram enviadas para a cadeia, e 25 mortas, acusadas de terem feito um pacto com diabo para a criação de uma praga que matou várias pessoas da cidade.
Apesar de ser uma série de Terror, e que realmente defende as lendas de Bruxaria – inclusive, o tema da série é este -, a produção mostra o assassinato de várias mulheres inocentes, acusadas de bruxaria; o excesso de poder que era dado aos Puritanos e a Igreja na época; além de ser baseada na história original de Salem, contendo alguns dos personagens que foram peças importantes no desenrolar desta.
A trama se passa no século XVII, acompanhando a jornada de Mary Sibley, uma bela jovem casada com um rico membro do conselho da cidade. Dez anos antes, a garota se apaixonou por John Alden, um homem que foi obrigado a deixa-la para trás para ir para Guerra. Grávida, desesperada e órfã, ela acaba fazendo um pacto com forças sombrias para sobreviver.
Quando John volta para a cidade, Salem está atolada em uma cruel e sangrenta caça às bruxas, com mulheres sendo mortas rotineiramente a qualquer sinal mínimo de possessão.
Infelizmente, a série foi cancelada em sua terceira temporada (tinha uma baixa audiência????). Foi uma perda enorme para todos os fãs, e amantes de boas produções.
… OUTLANDER …
Em 1535, Henrique VIII, rei da Inglaterra, rompe com a Igreja Católica para poder se divorciar de sua esposa Catarina de Aragão, e casar com sua amante Ana Bolena. A partir daí, surge uma das maiores religiões do mundo, o Anglicanismo. Contudo, este movimento de mudanças promoveu a fragmentação da Inglaterra e dos outros países do Reino Unido. De um lado, haviam os Católicos, querendo um representante Católico no poder, do outro, os Anglicanos, querendo um representante Anglicano. Mais tarde, haveriam também os Puritanos, querendo um puritano no poder.
Entre 1688 e 1746, a Inglaterra, Irlanda e Escócia passaram por um período de grande instabilidade política e social. Entre 1688 e 1689, ocorreu a Revolução Gloriosa na Inglaterra, derrubando Jaime II (rei católico) do trono da Inglaterra. Vários outros acontecimentos marcantes ocorreram em virtude da revolta, como a mudança do Sistema Política do país, entre outros.
Todavia, nem todos gostaram do rumo que os acontecimentos levaram. Principalmente, os Jacobitas (apoiadores do rei Jaime), que não se sentiam representados por serem governados por um rei puritano. Assim, os mesmos promoveram os Levantes Jacobitas, uma série de insurreições, batalhas e rebeliões nos três reinos, a fim de reconduzir a dinastia dos Stuarts ao poder. A última revolta ocorreu em 1746, na Revolta de Culloden, em que milhares de jacobitas morreram, junto ao sonho de ter um rei católico novamente no poder.
Outlander conta a história de uma enfermeira da Segunda Guerra Mundial, que acaba acidentalmente viajando para a Escócia de 1745. Lá, ela encontra o país vivendo nas tradições de Clãs, e no fundo disso tudo, as primeiras faíscas que promoveram a Revolta de Culloden.
Apesar da produção se enquadrar em romance, a representação feita da cultura das Terras Altas foi sensacional, tanto em quesito de cenário e figuro, quanto a história em si. A série é rica em referências. Em sua segunda temporada, ocorre a Revolta de Culloden, sendo possível perceber o cenário em que a Escócia vivia na época, e na terceira, o impacto da mesma para a população.
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