entretenimento featured

Crítica | Thor: Ragnarok

18:58Ayllana Ferreira

Resultado de imagem

FICHA TÉCNICA

Título: Thor - Ragnarok
Data de lançamento: 26 de outubro de 2017
Elenco:  Chris HemsworthTom HiddlestonCate Blanchett ...
Gênero: Ação | Fantasia
Nacionalidade: EUA
Distribuidor: Disney
Faixa etária: 12
Sinopse: Thor (Chris Hemsworth) está preso do outro lado do universo. Ele precisa correr contra o tempo para voltar a Asgard e parar Ragnarok, a destruição de seu mundo, que está nas mãos da poderosa e implacável vilã Hela (Cate Blanchett).

_________________________________________________________________________________


Imagem relacionada

Antes de começar a resenha de Thor: Ragnarok, gostaria de contar uma historinha. Era uma vez uma grande produtora de filmes chamada Marvel, aliás, pera, na época em que essa história se inicia, a Marvel ainda não era tão grande. Naquele período negro de muitas películas fuleiras de super-heróis, os superdotados que tinham um filme só seu eram poucos, gatos-pintados que tiveram seus direitos vendidos para outras Produtoras, tal como Quarteto Fantástico, X-Men, Homem-Aranha, entre outros. E o mercado de séries então?! Só tinha Demolidor, e um demolidor bem antigo. Mas aí, tudo mudou. Decidiram deixar de lado o conforto das HQ’s e desenhos para investir no primeiro filme de super-herói da nova era, Os Vingadores. Acho que a Marvel pode ser definida por um antes e depois desse filme.

A partir daí, a era dos super-heróis voltou à tona. Paralelamente a esse movimento, ser geek entrou na hype também. Os nerds que outrora foram marginalizados, agora se tornaram uma tribo urbana com seus prestígios e que muitas pessoas passaram a ter orgulho em se intitular como membro. Juntando as duas partes, o mercado cinematográfico e televiso de super-heróis começou a bombar.

Inicialmente, a Marvel lançou apenas Homem de Ferro, Os Vingadores e Marvel Agents of S.H.I.E.L.D - como o próprio nome revela, um seriado contando um pouco mais do dia a dia dos agentes da organização. O sucesso foi tanto, que o Homem de Ferro se tornou um dos heróis favoritos da atualidade, com várias continuações e bordões clássicos; Cada um dos Vingadores, exceto o Hulk que já tinha um filme só seu, receberam novos filmes e várias continuações. Além dos Vingadores, vários outros super-heróis tiveram a sua chance nas telefonas, como O Homem Formiga, Doctor Strange, Guardiões da Galáxia, Dead Pool e até mesmo um novo Quarteto Fantástico – que por sinal foi uma porcaria; Já quanto as séries, Peggy Carter ganhou sua própria série junto à vários outros super-heróis que nunca ouvimos falar, leia-se Luke Cage, Jessica Jones e um outro que eu nem lembro o nome.

Quanto a isso, não posso julgar a Marvel. Afinal, se estamos tendo lucro vendendo um certo padrão de filmes, porque não vender mais?! Todas as produções passaram a ter cenas pós-crédito e a se conectarem. Qualquer herói que iria parecer em algum filme, recebia uma franquia para chamar de sua. Antes de lançar Capitão América: Guerra Civil, tivemos o reboot do Homem-Aranha e o filme do Homem-Formiga. Antes do novo Thor, veio Doctor Strange. E ao mesmo tempo que esse movimento é maravilhoso, ele é terrível também.

Um professor de faculdade mandou que fôssemos ver a nova produção de tarefa. Lá estava eu com minhas seis amigas em uma sala de cinema. Apenas duas eram mais ou menos familiarizadas com o Universo da Marvel. O que houve?! Em vários momentos, as que não tinham esse conhecimento, e até mesmo as que tinham mais ou menos, se sentiram completamente perdidas com o que estava acontecendo, uma vez que certos ocorridos só eram compreensíveis e lógicos a partir de conhecimentos básicos provenientes de outros filmes da Marvel.

Não que isso seja ruim, me senti aceita e super-informada. Mas para quem tem interesse em ver um filme da produtora, é terrível, já que você é de certa forma obrigado a assistir todos os anteriores para compreender o que está acontecendo, além de alguns paralelos. A história de Thor estava intrinsecamente ligada com Capitão América: Guerra Civil, Thor 2 – não lembro qual era o nome, sinto muito -, Vingadores: Era Ultron e um pouco com Doctor Strange – relativamente porque ele foi meio que “jogado” na película.

A história em si da obra é muito interessante. O Ragnarok – fim do mundo para a cultura nórdica – está próximo, mais especificamente, nas mãos da vilã Hela. O protagonista está preso em um novo universo sem seu martelo, e ele precisa correr contra o tempo para evitar que Asgard seja destruída. Para isso, ele conta com a ajuda de antigo e novos amigos.

As cenas de ação são bem construídas com bons efeitos especiais, o que é esperado das produções que a própria Marvel produz – digo isso porque a corporação vendeu os direitos de uma série chamada Os Inumanos para outra produtora, não tem nem uma temporada, e a baixa audiência já ameaça a sua continuação; seus efeitos especiais são terríveis, mas calma que só estou esperando a temporada acabar para contar um pouco dela. A trilha sonora é divertida, utilizando de várias faixas encontradas em sucessos dos jogos da Atari. A fotografia do filme é bela e colorida, contribuindo para um ar de diversão presente em toda a película. E como sempre também, Chris Hemsworth deu um show de atuação, tendo a sua melhor performance até agora. Terminei o filme adorando o personagem.

Contudo, ao mesmo tempo em que acho que o Chris arrasou e que o Thor estava mais divertido do que nunca, acho que o personagem perdeu a sua personalidade. O tempo todo ele fazia piadas com a situação. Isso foi ótimo, não nego, deu um tom descontraído. Mas o Thor não é uma máquina de fazer piadas. Ele é um meio termo entre O Homem de Ferro e o Capitão América, e nesse filme estava mais “engraçadinho” que o próprio Tony Stark. Repito, não que isso seja ruim, só que estava exagerado, além de que não é um dos traços marcantes do personagem. Depois de Dead Pool, a grande maioria dos filmes da Marvel receberam um tom intenso de humor, utilizando da “mesma fórmula do sucesso”. Eu via a película pensando: “isso tá ótimo, mas pera, o Thor dos filmes anteriores não era assim”.

Outra coisa que me incomodou foi a forma com que a mitologia nórdica estava sendo abordada, posso estar enganada na minha interpretação, é claro, porém em alguns momentos senti que ela estava sendo distorcida. A situação é a seguinte: diante do meu conhecimento de mitologia Nórdica – que não é muito, baseado apenas em quatro temporadas de Vikings – me corrijam caso eu esteja errada, Letterianos, mas Valhala é um salão situado em Asgard. É "o céu" dos nórdicos no qual todo guerreiro honrado tem uma vaga garantida. E é aí que surge minha dúvida, se um cidadão de Asgard morre, como assim ele vai Valhala?! Quando vocês assistirem o filme irão compreender o que estou dizendo, juro.

Agora falando de coisas boas porque já critiquei demais, as personagens femininas são maravilhosas! Algo que eu sentia falta na Marvel era destaque para personagens mulheres. A Viúva Negra não teve um filme só dela. A Feiticeira Escarlate também não e nem a Jean Grey. E no filme solo de cada um dos Vingadores, tirando a Peggy, as outras mocinhas eram todas mulheres frágeis, precisando de um macho para defende-las (nos filmes anteriores de Thor, a crush dele era assim também). As coisas começaram a mudar em Guardiões da Galáxia, porque cá entre nós, a Gamora é muito mais cativante e interesse que o Peter. E dessa vez, em Thor: Ragnarok não tivemos só uma personagem mulher foda, e sim DUAS! Tanto a vilã Hela quanto a Valquiria, ambas são maravilhosas e poderosas, mulheres empoderadas que dão várias surras em outros homens. ADOREI, não nego! A ideia de que uma mulher pode competir em uma batalha mano-a-mano com um homem, e talvez até ganhar é fantástica e necessária para o contexto em que vivemos.

Outro ponto forte da produção foi a maneira com que foi organizada. Foi um bom filme de se ver, emocionante do início ao fim e coerente. Nada de mimimi sem sentido e só cenas de ação para preencher a necessidade de diálogo e a ausência de conteúdo.

De uma maneira geral, Thor: Ragnorok é sim um bom filme. Contudo, acredito que a busca exagerada por lucros distorceu a sua essência e de seus personagens. Mas não é nada de mais, a não ser que você seja o fã da Marvel Raíz ou um estudante de Comunicação.

Resultado de imagem para thor ragnarok poster

Veja também:

0 comentários