FICHA TÉCNICA
Nome: PrometidaAutora: Carina Rissi
Páginas:472
Editora: Verus
Sinopse: "Elisa Clarke anda um pouco entediada. Seus dias parecem iguais e os bailes há muito deixaram de trazer algum prazer a ela. Não que seja uma surpresa, pois sempre que ela está presente os eventos se tornam um desastre! E é injusto, já que ela foi uma boa moça a vida toda. Nascida em uma das famÃlias mais influentes, a jovem aprendeu desde pequena a respeitar as normas sociais e se manter longe de escândalos. Na única vez em que ignorou uma dessas regras acabou noiva. E foi apenas um beijo, ora bolas!
Um beijo com o qual Elisa fantasiou desde que conheceu e se apaixonou irrevogavelmente pelo belo e gentil jovem médico e que, como acontece nos contos de fadas, mudou sua vida para sempre. Mas não da maneira que ela esperava. Como consequência, agora está prometida a alguém que a despreza tanto que preferiu viver em outro continente. Tudo o que ela deseja é que as coisas permaneçam assim.
Mas Elisa não sabe que seu noivo está a caminho do Brasil, e ela terá de enfrentar o homem cujo coração um dia se viu forçada a partir.
Destinados a ficar juntos, mas separados por seus corações, eles se envolverão em uma sinuosa dança marcada por segredos, mágoas do passado, intrigas e uma arrebatadora paixão que colocará em perigo não apenas seus sentimentos, mas a vida de ambos."
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“Não pude evitar
de sorrir. Ele me dava o presente mais bonito de todos Creio que o amor seja
feito disso: liberdade. Todos os dias ter diante de si inúmeras alternativas,
mas acabar fazendo sempre a mesma escolha. Eu o escolhi. Escolhi no passado,
escolhia agora e escolheria no futuro”. (p. 405)
Se
apaixonar por um livro (pela história) é como se apaixonar por uma pessoa. Você
o guarda em sua estante, namorando-o constantemente. Às vezes, relê alguns
trechos que te marcaram e suspira ao se lembrar da primeira vez em que leu. Quando
o assunto é papo em uma conversa, não existe outro além de seu amor, e na maior
parte do tempo, você fica falando sobre suas qualidades, e o porquê de ser o
melhor para você. Como se já não bastasse tudo isso, você ainda quer saber de
tudo, todos os detalhes, e tudo que está acontecendo com todos que o compõe ou
já compuseram. Tá, talvez seja um relacionamento meio obsessivo euauhe.
Parando
de enrolação, hora de focar. Depois do sucesso de Destinado e de seu final mais que bombástico – terceiro livro da
saga Perdida da Carina Rissi -, algumas perguntas ficaram no ar e claro, certos
questionamentos se tornaram praxe: “se Ian havia ganhado um livro para retratar
o seu felizes para sempre, porquê Elisa Clarke não tinha tido a mesma sorte?”.
É mesmo! Ela merecia, sempre foi um personagem instigante e carismático, além
de ter se transformado no xodozinho de muitos leitores. Por quê não?
Não
sei bem se foi por lamento dos fãs ou vontade mesmo, mas a incrÃvel Carina
Rissi transformou esse sonho de muitos leitores em realidade: um livro para
contar a história da fofÃssima Elisa Clarke. E o mais estranho que mesmo com
personagens tão legais, o resultado não foi tão bom quanto o esperado.
Lucas
foi embora, puto da vida com a menina levando consigo um coração partido –
tanto seu quanto o dela. Anos se passaram retornar, ele está mudado. Não é mais
o jovem doce e gentil de outra vez, confiante no amor. Já Elisa, acredita que
sua “vez de amar” já passou. Será que o amor entre os dois seria capaz de
superar tudo?
Basicamente,
é essa a grande pergunta que permeia o quarto livro da saga e o torna de certa
forma decepcionante. Como todos os romances clichês e com pouco conteúdo (sem
ofensas), o livro mostra acertos e desacertos que poderiam ser resolvidos como
um simples diálogo, e cerca de 20 páginas.
O
inÃcio da obra é literalmente o inÃcio, como tudo começou. Elisa havia voltado
da aventura no século XXI e ouviu do padre que eu não lembro o nome sobre
as acusações de bruxaria que Sofia havia recebido graças ao seu jeito peculiar
de ser. Temendo que as pessoas descobrissem a verdade e sua cunhada fosse parar
na fogueira, a garota decide que ninguém mais saberia do segredo desta, não por
sua boca. E isso incluà a sua suposta alma gêmea.
Para
criar o grande problema da obra, Lucas continua sem acreditar nas explicações dos
Clark’s sobre o desaparecimento da caçula, e a questiona constantemente sobre a
verdade. Esta, temendo que seus sentimentos pelo rapaz se transformem em
fraqueza e, posteriormente, ameacem o segredo da “irmã”, decide afastá-lo. Eu
ainda não entendo porquê ela não disse para ele. Se o próprio Dr.Almeida que
não tem nada a ver com a famÃlia guardou segredo, porque o moço que é doido com
a mocinha faria algo?! Mas enfim, os meus questionamentos não mudam nada da
história.
A
única maneira para conseguir isso seria atacar o ponto mais fraco da maioria
dos corações apaixonados, a confiança. Nada melhor que um amante imaginário
para afastar qualquer amante futuro. É claro que ela opta por esse caminho e o
herói fica inconformado e extremamente ferido. Assim, como uma forma de
vingança, ele decide manter o noivado entre os dois e passar um tempo na
Europa, tanto para esquecer Elisa, quanto para fazê-la sofrer e mostrar que não
precisa dela.
Após
muita ladainha, infelicidade da mocinha e mimimi, o que totaliza 3 anos, Lucas
retorna. Os anos foram bons na medida que foram cruéis. O galã havia ficado
mais bonito e se tornado um bom médico, em contraponto, o amor que antes era
tão puro foi transformado em ódio graças ao coração partido. Como todo bom
romance, a aparência é só uma casca, e mesmo com tantos sentimentos ruins entre
eles e uma vontade enervante de um dos lados de causar mal ao outro, os dois
começam a se apaixonar novamente. Porém, os velhos fantasmas sempre aparecem
para assombrá-los, sempre estragando o momento de reconciliação entre os dois e
ressuscitando a velha desconfiança.
De
todos os livros da Carina certamente, este é o mais enrolado e o que eu menos
gostei. Depois do retorno de Lucas, uma série de flashbacks desnecessários
começam a aparecer em demasiado, ocorrendo até mesmo caso de repetições de
cenas do anteriores que não são necessárias ou pertinentes. Resultado: uma
sensação de encheção de abobrinha para preencher espaço.
E
a história da Elisa que antes despertava interesse, fica cansativa. Por mágica,
o herói volta a amar a mocinha e decide mudar para não a perder. Ai não, comum
demais. Não sei se é por causa do padrão Ian Clarke de qualidade, mas eu fiquei
com uma leve antipatia do rapaz depois de tudo que ele fez com a Elisa.
“-Eu me dei conta, Elisa – prosseguiu - , de que jamais me perdoaria se você tivesse partido. Porque a culpa seria minha Eu a obriguei a sair de casa quando agi como um idiota Por muito tempo pensei que o pior tivesse acontecido: você entregou seu coração para outro homem. Mas hoje descobri que eu estava errado. O pior não é ter que conviver com esse ciúme que me corrói por dentro. – levou minha mão aos lábios e beijou demoradamente. – O pior seria ter que continuar vivendo em um mundo que você não existe.” P.291
Todo
o drama/problemas que impediam o “felizes para sempre” da história foi baseado
em: “Será que ele ainda pode me amar? / Ela está brincando comigo de novo?”. O
próprio segredo da Sofia também era meio supérfluo para gerar tanto bafafa.
Basicamente, acho que faltou conteúdo e aprofundamento nessa trama.
Acredito
que a história da Elisa poderia ter sido melhor aproveitada e utilizada. Ela se
tornou uma personagem relativamente chata ao longo das páginas, e o amor entre
ela e Lucas não emplacou. Mas repito novamente, talvez o problema seja o padrão
Ian Clarke de qualidade.
Não
sejamos cruéis, também existem os pontos bons que devem ser ressaltados.
Novamente, foi uma linda história de amor e superação. O tonzinho chick-list
com o lado de humor envolvendo o casal protagonista são um dos pontos altos de
Prometida, arrancando boas risadas. O Samuel também me encantou e, novamente,
como uma apaixonada pela saga Perdida, quis saber como terminaria a história do
garotinho – sempre desejo um “Felizes para sempre” para todos que me
consquistam aeuhaheu.
Um
ponto ameno que ainda não sei dizer se foi bom ou ruim foi a participação do
Alexander. Foi um bom momento de reencontro, mas não acho que combinou com a
proposta de Prometida, ficou parecendo um pouco de forçação de barra para
atrair os fãs da franquia.
Comparado
com os outros livros, Prometida é uma história decepcionante. Boas em vários
pontos, mas fracas na maioria. Já comparada com livros comuns, a história é
razoavelmente boa, e tenho certeza de que conquistaria alguns fãs. O jeitinho
Elisa de ser é encantador, mesmo que mal aproveitado.
“Nunca procurei notoriedade. Jamais desejei fama ou ambicionei reconhecimento. Tudo o que eu queria era deixar algo meu no mundo, uma marca que provasse minha existência, que lhe desse sentido. E consegui isso, deixando minha marca em Lucas e Samuel, da mesma maneira que eles deixaram suas marcas em mim. Não é preciso ser um herói ou uma heroÃna e salvar o mundo todo. Basta mudar o mundo de alguém. Beca fizera isso por Lucas. E ele fizera o mesmo comigo. Transformara meu mundo irrevogavelmente. O mesmo acontecera com Sam. E talvez um dia alguém diga: “A Srta. Elisa Clarke Guimarães? Oh, sim! Que grande dama! Sabe arrematar um bordado como ninguém” Assim como sabe amar. Ninguém jamais se entrou ao amor como ela!”. Parecia um bom jeito de ser lembrada.” (p. 469)
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