FICHA TÉCNICA
Nome: One Man Guy
Autor: Michael Barakiva
Páginas: 272
Gênero: Romance | Drama | LGBT | Ficção |
Ano: 2015
Editora: LeYa
Sinopse: Um romance sobre dois garotos, dois mundos e um encontro. Ethan é tudo o que Alek gostaria de ser: confiante, livre e irreverente. Apesar de estudarem na mesma escola, os dois garotos pertencem a mundos diferentes. Enquanto Ethan é descolado e tem vários amigos, Alek tem apenas uma, Becky, e convive intensamente com sua famÃlia e a comunidade armênia. Mesmo com tantas diferenças, os destinos de Ethan e Alek se cruzam ao precisarem frequentar um mesmo curso de férias. Quando Ethan convence Alek a matar aula e ir a um show de Rufus Wainwright no Central Park, em Nova York, Alek embarca em sua primeira aventura fora de sua existência no subúrbio de Nova Jersey e da proteção de sua famÃlia. E ele não consegue acreditar que um cara tão legal quer ser seu amigo. Ou, talvez, mais do que isso. One Man Guy é uma história romântica, comovente e engraçada sobre o que acontece quando as pessoas saem de suas zonas de conforto e ajudam o outro a ver o mundo (e a si mesmo) como nunca viram antes.
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“Só sei que gosto de estar aqui com você e não consigo me imaginar querendo mais ninguém. Isso basta para você?”
Ser você mesmo pode ser difÃcil à s vezes. Haverão dias em que nos sentiremos um pouco diferentes da grande maioria. Haverão dias em que precisaremos descobrir que o mundo é maior do que esperávamos, e que nós somos muito mais do que já sabemos. Às vezes o amor vai bater na nossa porta, ou simplesmente vai nos encontrar naquele desvio na volta para casa. Haverá uma hora em que teremos que tomar uma decisão, se arriscamos ou não, se devemos fazer algo que jamais farÃamos ou se ficaremos na mesmice. E nessa hora, talvez você precise de um pequeno empurrão.
Alek é um jovem armênio de 14 anos, cuja voz foi de certa forma silenciada dentro de sua casa. Ethan é um cara descolado, confiante, um daqueles degenerados da escola, entende? O mundo dos dois não poderiam tão distintos, porém talvez isso seja exatamente o que eles mais precisam. Alek tem Becky, sua melhor amiga e confidente. Ethan tem os outros degenerados que fazem parte do seu grupo. Mas o mais importante é que eles iriam, futuramente, descobrir que eles têm um ao outro.
Sabe aqueles vinte segundos de insanidade? Foi disso que Alek precisou. Bem, essa decisão não foi exatamente dele, mas esse não é o foco. Foi essa decisão que o permitiu conhecer um novo mundo. Um mundo tão maior e tão mais diverso, que o mudou por dentro. Tudo isso ao lado de Ethan, o garoto que Alek gostaria de ser.
Bem, a partir daqui a história de Ethan e Alek se desenrola. Muitas coisas acabam acontecendo. Muitas descobertas entre eles, e deles para com eles mesmos. Um romance escrito com tamanha simplicidade, mas que abraça tanto daquilo que muitos de nós precisamos. Veja bem, não é somente um romance entre dois garotos. Não é só mais um daqueles clichês em que o “certinho” se apaixona pelo “problemático. A obra de Michael Barakivaé muito mais do que isso. É uma obra sobre mudanças, não somente fÃsicas mas psicológica. É uma história sobre preconceito, sobre obstáculos, sobre amizade. Principalmente uma obra sobre diversidade.
One Man Guy é um livro cujo nome não foi escolhido apenas por ter uma boa sonoridade. One Man Guy é também o nome de uma das músicas interpretadas por Rufus Wainwright, e é exatamente em um show fictÃcio desse artista que, Ethan e Alek, começam a descobrir o novo mundo que os dois tem pela frente.
Eu poderia, ah e como eu poderia, contar muito mais sobre o livro. Ainda que hoje complete mais de cinco meses que o li, eu me lembro bem de cada detalhe, cada ponto chave da história desses dois garotos. Mas ainda assim, mesmo tendo tudo isso em mente, mesmo sentindo um rebuliço dentro de mim toda vez que relembro dessa obra, eu escolho por não dizer mais nada. Não é somente porque quero evitar o famoso e tão odiado spoiler, mas também porque acredito que essa obra é uma daquelas que devemos ler por nós mesmos, e senti-la por nós mesmos.
Talvez One Man Guy não tenha trago nenhuma mudança a curto prazo em minha vida. Provavelmente porque sou cabeça dura. Ou talvez porque eu ainda precise errar mais algumas vezes antes de aprender (ou pelo menos colocar em prática o que aprendi). Entretanto, gostaria de deixar uma das mensagens que encontrei entre as linhas desse livro.
Às vezes nos auto-regramos, nos limitamos. Vivemos em uma sobra, que pode até mesmo ser nossa. Temos medo, temos inseguranças e temos uma cabeça que não para de dizer o quanto estamos errados e fodidos. Às vezes esquecemos de nós mesmos, e olhamos o mundo apenas para aqueles aos quais queremos agradar. E em meio a tudo isso, em meio à essa busca por uma perfeição utópica, nós erramos. Não erramos somente com os outros, mas com nós mesmos.
Como eu disse, One Man Guy não é só mais um daqueles romances entre dois garotos, mas um romance sobre mudanças, em especial as mudanças que nós desejamos fazer. Nós teremos medo, afinal mudar é algo apavorante, mas preciso. Precisamos mudar, não por alguém, mas por nós mesmos. Precisamos mudar para nos encontrar, encontrar o que e quem de fato somos. E se no meio de toda essa mudança o amor bater em sua porta, ou talvez na janela, ou você trombar com ele, não exite. Não desista só porque tudo parece assustador. Não desista porque você tem medo de errar novamente. Continue firme, aceite esse amor porque ele não está ali apenas para bater em sua porta, mas para entrar. E quando eu digo amor, não estou falando somente do amor de um outro alguém, mas de um amor de seus pais, um amor de amigos e o amor próprio. Deixe que o amor seja o seu One Man Guy.
E quando você fizer uma promessa, tenha a certeza de que nada é para sempre, e que está tudo bem mudar. E tenha a certeza de que essa promessa o fará alguém melhor, porque caso contrário, ela não vale a pena.
Acho que passamos muito tempo tentando cumprir as promessas que fazemos ou as regras que criamos e acabamos esquecendo que também é importante olhar bem essas promessas e regras e ter certeza de que estão cumprindo com seu papel, e não o contrário – KHENDERIAN,Aleksander.
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