"Se apaixonar por si mesmo é o primeiro segredo pra felicidade"-Robert Morley |
Essa é uma história que eu presenciei com meus próprios
olhos. É de "amor", mas não um que dá certo no final. É um que uma das pessoas
saiu machucada no fim da história.
Muitas pessoas provavelmente estão olhando pra essa
publicação e pensando que essa é a forma mais clichê e melosa que um ser humano
consegue começar algum texto, mas não deixa de ser verdade. Hoje contaremos
mais uma história que eu vi acontecer, então sente-se e pegue seu café, seu
chá, seu leite, seu suco ou sua água e vem comigo, prometo que não vai se
arrepender.
Lá estava uma
garota, que vamos chamar de Isadora. Isadora estava gostando de um rapaz
chamado Rafael. Ele era um ano mais novo que ela, se conheciam pois frequentavam
a mesma igreja. E também, suas mães eram amigas. Não íntimas, porém amigas de
qualquer jeito.
Depois da igreja, toda a turma mais nova costumava ficar lá
na frente, onde conversavam e riam á toa. A alguns anos atrás eles brincavam de
esconde-esconde, mãe da rua e até mesmo rouba-bandeira. Mas agora não, agora
eles estavam crescidos demais pra esse tipo de coisa.
Voltando ao assunto, Isadora gostava muito de Rafael em segredo. Quer dizer, nem tão em segredo assim.
Pelo menos duas pessoas da sua sala e praticamente todos do seu grupo de amigos
da igreja já sabiam, mas Rafael ainda não. E isso era o que importava.
Os dois conversavam todo dia por mensagem. Ela desabafava
com ele e aturava qualquer comentário machista que Rafael fizesse. “Eu posso
consertar ele, só preciso de uma chance”, ela dizia pra si mesma. Isadora
estava cega de amor, e nem mesmo suas amigas tiveram coragem de quebrar a
realidade pra ela.
Mas um dia o segredo simplesmente escapuliu: De um minuto
para o outro Rafael sabia que Isadora gostava dele ao mesmo tempo que Isadora
descobria que seu amorzinho era correspondido.
Mas ela, ao mesmo tempo que se sentia feliz, se sentia envergonhada: Se
os dois fossem ficar, ele seria o primeiro beijo dela! Como ela poderia lidar
com isso facilmente?!
Eles continuaram conversando, sempre dizendo que iam
conversar na próxima semana, pós-igreja. Ela concordou, precisando realmente de
um tempo pra botar a cabeça no lugar, mas Rafael não a deixava em paz. Ele
perguntava se os dois namorariam em segredo, se ele ia conhecer os pais dela de
verdade. Além de se gabar por ser o primeiro beijo dela, sendo que os dois nem
mesmo tinham beijado.
Isadora, mais confusa do que nunca, apenas confessava seus
medos e inseguranças pra suas amigas. Ela mandava as mensagens, chorando a
semana inteira porque não conseguia encarar a verdade: Por mais que ela
gostasse dele, ela não estaria pronta pra um relacionamento.
E ela disse isso pra ele. Essas exatas palavras. Ele levou numa
boa, disse que eles iam continuar amigos. Apesar disso, ele nunca mais a chamou
pra conversar, faltava várias vezes á igreja e quando ia nem olhava na cara de
Isadora, agora mais perdida do que cão abandonado.
Passaram-se semanas nesse joguinho, até que Isadora cansou e
mandou uma super-mensagem, exigindo respostas de por que ele estava agindo
dessa forma. A resposta? Um aviso que ele não ia mais mudar, já que estava com
uma nova crusha na área. Uma garota
da escola nova.
Ele disse que ia chamar ela no dia seguinte. Ele nem se deu
o trabalho de dar um “Bom Dia.”
É óbvio que todas as amigas de Isadora entendiam os motivos
de Rafael, mas elas(como amigas) entendiam ainda mais a mágoa que Isadora
sentia. Que ela nunca conseguia ser feliz no amor.
Essa história me fez pensar: Por que colocamos a nossa
felicidade tão dependente da presença de um “alguém especial” romântico do
nosso lado? Por que nós dizemos que precisamos achar nossa metade da laranja,
nossa alma gêmea? Não deveríamos ser completos só por nós mesmos?
É como minha amiga sempre me diz: “Se você não se amar, quem
é que vai te amar?”.
Temos que ser completos como índividuos. Nos aceitarmos, nos
amarmos, nos valorizarmos e sabermos que nossa felicidade única vem em primeiro
lugar. A segunda pessoa, que não necessariamente precisa existir, vem como um
complemento.
Amores vão, amores vem... E com eles muita experiência e
sabedoria também. Cada pessoa que nós gostamos é mais um ganho de experiência
na nossa vida. Seja aquela melhor amiga de anos que você não vive sem, aquela
amizade que decaiu com o tempo e se tornou abusiva, um casamento que dura por
cinquenta anos ou uma ficada de uma noite.
Tudo isso é experiência. Você não precisa ter ela se não
quiser ou se não se sentir pronta pra isso. O corpo é seu, a mente é sua. Você
pode escolher quando, com quem e onde você vai começar a ter qualquer tipo de
experiência.
E se você quiser, vá em frente! A única pessoa que você tem
que agradar é você mesma. Se você está respeitando suas vontades, pode ser na
hora que você quiser e com quem você quiser. E isso não vale só pra amor e
beijo não, viu? Pode ser uma amizade, uma chance de qualquer coisa:
Não existe hora certa ou hora errada. Existe a hora que você
está preparado.
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