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Você está preparado pras experiências?

14:26Cecília Rodrigues

"Se apaixonar por si mesmo é o primeiro segredo pra felicidade"-Robert Morley

Essa é uma história que eu presenciei com meus próprios olhos. É de "amor", mas não um que dá certo no final. É um que uma das pessoas saiu machucada no fim da história.

Muitas pessoas provavelmente estão olhando pra essa publicação e pensando que essa é a forma mais clichê e melosa que um ser humano consegue começar algum texto, mas não deixa de ser verdade. Hoje contaremos mais uma história que eu vi acontecer, então sente-se e pegue seu café, seu chá, seu leite, seu suco ou sua água e vem comigo, prometo que não vai se arrepender.

Lá estava uma garota, que vamos chamar de Isadora. Isadora estava gostando de um rapaz chamado Rafael. Ele era um ano mais novo que ela, se conheciam pois frequentavam a mesma igreja. E também, suas mães eram amigas. Não íntimas, porém amigas de qualquer jeito.

Depois da igreja, toda a turma mais nova costumava ficar lá na frente, onde conversavam e riam á toa. A alguns anos atrás eles brincavam de esconde-esconde, mãe da rua e até mesmo rouba-bandeira. Mas agora não, agora eles estavam crescidos demais pra esse tipo de coisa.

Voltando ao assunto, Isadora gostava muito de Rafael em segredo. Quer dizer, nem tão em segredo assim. Pelo menos duas pessoas da sua sala e praticamente todos do seu grupo de amigos da igreja já sabiam, mas Rafael ainda não. E isso era o que importava.

Os dois conversavam todo dia por mensagem. Ela desabafava com ele e aturava qualquer comentário machista que Rafael fizesse. “Eu posso consertar ele, só preciso de uma chance”, ela dizia pra si mesma. Isadora estava cega de amor, e nem mesmo suas amigas tiveram coragem de quebrar a realidade pra ela.

Mas um dia o segredo simplesmente escapuliu: De um minuto para o outro Rafael sabia que Isadora gostava dele ao mesmo tempo que Isadora descobria que seu amorzinho era correspondido.  Mas ela, ao mesmo tempo que se sentia feliz, se sentia envergonhada: Se os dois fossem ficar, ele seria o primeiro beijo dela! Como ela poderia lidar com isso facilmente?!

Eles continuaram conversando, sempre dizendo que iam conversar na próxima semana, pós-igreja. Ela concordou, precisando realmente de um tempo pra botar a cabeça no lugar, mas Rafael não a deixava em paz. Ele perguntava se os dois namorariam em segredo, se ele ia conhecer os pais dela de verdade. Além de se gabar por ser o primeiro beijo dela, sendo que os dois nem mesmo tinham beijado.

Isadora, mais confusa do que nunca, apenas confessava seus medos e inseguranças pra suas amigas. Ela mandava as mensagens, chorando a semana inteira porque não conseguia encarar a verdade: Por mais que ela gostasse dele, ela não estaria pronta pra um relacionamento.

E ela disse isso pra ele. Essas exatas palavras. Ele levou numa boa, disse que eles iam continuar amigos. Apesar disso, ele nunca mais a chamou pra conversar, faltava várias vezes á igreja e quando ia nem olhava na cara de Isadora, agora mais perdida do que cão abandonado.

Passaram-se semanas nesse joguinho, até que Isadora cansou e mandou uma super-mensagem, exigindo respostas de por que ele estava agindo dessa forma. A resposta? Um aviso que ele não ia mais mudar, já que estava com uma nova crusha na área. Uma garota da escola nova.

Ele disse que ia chamar ela no dia seguinte. Ele nem se deu o trabalho de dar um “Bom Dia.”

É óbvio que todas as amigas de Isadora entendiam os motivos de Rafael, mas elas(como amigas) entendiam ainda mais a mágoa que Isadora sentia. Que ela nunca conseguia ser feliz no amor.

Essa história me fez pensar: Por que colocamos a nossa felicidade tão dependente da presença de um “alguém especial” romântico do nosso lado? Por que nós dizemos que precisamos achar nossa metade da laranja, nossa alma gêmea? Não deveríamos ser completos só por nós mesmos?
É como minha amiga sempre me diz: “Se você não se amar, quem é que vai te amar?”.

Temos que ser completos como índividuos. Nos aceitarmos, nos amarmos, nos valorizarmos e sabermos que nossa felicidade única vem em primeiro lugar. A segunda pessoa, que não necessariamente precisa existir, vem como um complemento.

Amores vão, amores vem... E com eles muita experiência e sabedoria também. Cada pessoa que nós gostamos é mais um ganho de experiência na nossa vida. Seja aquela melhor amiga de anos que você não vive sem, aquela amizade que decaiu com o tempo e se tornou abusiva, um casamento que dura por cinquenta anos ou uma ficada de uma noite.

Tudo isso é experiência. Você não precisa ter ela se não quiser ou se não se sentir pronta pra isso. O corpo é seu, a mente é sua. Você pode escolher quando, com quem e onde você vai começar a ter qualquer tipo de experiência.

E se você quiser, vá em frente! A única pessoa que você tem que agradar é você mesma. Se você está respeitando suas vontades, pode ser na hora que você quiser e com quem você quiser. E isso não vale só pra amor e beijo não, viu? Pode ser uma amizade, uma chance de qualquer coisa:
Não existe hora certa ou hora errada. Existe a hora que você está preparado.

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